sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fermento de Padeiro

Ultimamente, as experiências culinárias que mais gozo me dão são os pães caseiros!

As 1ªs tentativas não foram famosas… Algumas relatei aqui no blogue… Mas não desmoralizei e continuei a deitar as mão à massa’!

Fui experimentando, fui pesquisando… e eis que um dia os pães começam a sair melhor… Já crescem, já não ficam massudos… Saem do forno rechonchudos e bonitos!

E como eu adoro tirar do forno um pãozinho feito por mim!!! Deve ser a minha costela medieval… de Padeira de Aljubarrota…

Nas minhas muitas pesquisas e leituras - sim, porque quando algo me interessa gosto sempre de saber mais, de descobrir o ‘como’ e o ‘porquê’ - fui aprendendo coisas bem interessantes. Hoje partilho algumas informações sobre o fermento de padeiro.


Em bioquímica, a fermentação é um processo de transformação de uma substância em outra, produzido a partir de microorganismos (fungos, bactérias…), chamados neste caso de fermentos.

Aplicada ao fabrico do pão, a fermentação é o processo através do qual as leveduras (fermentos) consomem o
açúcar obtido do amido da farinha, libertando dióxido de carbono (e outros compostos). As bolhas de gás carbónico não conseguem escapar através da superfície da massa, fazendo-a crescer e tornando-a fofa.

O fermento de padeiro é então formado por um micro organismo vivo: a levedura (saccharomyces cerevisae).

Para entrar em actividade as leveduras precisam de alimento - a farinha, mas também de uma temperatura adequada. Expostas a temperaturas muito altas morrem - por essa razão não de deve dissolver o fermento de padeiro em água demasiado quente. Pelo contrário, a temperaturas muito baixas ficam como que ‘adormecidas’. Ainda assim, é possível congelar fermento de padeiro, ou mesmo massa de pão, já que ao descongelar as leveduras ‘acordam’, voltando a ficar activas.

A temperatura óptima para o desenvolvimento das leveduras é entre os 27º e os 32º C, permitindo-lhes multiplicar-se e produzir dióxido de carbono e compostos que dão um sabor agradável ao pão. A temperaturas superiores, multiplicam-se mais rapidamente, produzindo mais dióxido de carbono mas também mais compostos ácidos de sabor desagradável. Assim, o pão deve ser deixado a levedar a uma temperatura não muito alta - demora mais tempo, mas obtém-se um pão mais saboroso.

O fermento de padeiro está disponível fresco, em cubos (vendidos nas padarias) ou seco, em saquetas (à venda nos supermercados).

O fermento fresco tem um prazo de validade muito reduzido e tem que ser guardado no frigorífico – ou congelado, como referido anteriormente.

No que diz respeito a quantidades, para 500g de farinha (um pão de tamanho médio) usa-se entre 15 a 20 g de fermento fresco. Já a quantidade de fermento seco, varia de acordo com a marca e o melhor será consultar as instruções da embalagem. O da Ramazzoti por exemplo, vendido em embalagens de 4 saquetas de 11g cada, indica que cada saqueta dá para 500 a 1kg de farinha.

E para finalizar, qual a diferença entre o fermento para pão e para bolos?
Ambos os tipos de fermento são utilizados para fazer crescer as massas, através da libertação de gás.


O fermento biológico (levedura) é indicado para massa de pães e pizzas e funciona antes da cozedura, durante a levedação da massa. É dele que temos estado a falar ao longo de todo este post.

O fermento químico (o típico fermento Royal) destina-se a bolos, bolachas e biscoitos e reage com o calor do forno. É composto por um ácido e uma base (bicarbonato de sódio) que, na presença de água, reagem produzindo dióxido de carbono.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sousel

Este foi um fim-de-semana de 'vá para fora cá dentro'!
Como prenda pelo aniversário de casamento, os meus pais ofereceram-nos uma noite numa Pousada de Portugal - quem tem uns papás lindos, quem é????

A escolha recaiu sobre a Pousada de S. Miguel em Sousel, distrito de Portalegre. A estadia iria ser de apenas uma noite e não queríamos perder muito tempo em viagem. Os cerca de 180km até Sousel pareceram razoáveis e as imagens da pousada, rodeada de Alentejo verde por todos os lados, conquistaram-nos! Calma e sossego é o que ultimamente mais apetece quando surge uma oportunidade de um fim-de-semana a dois!

A 'pipoca' ficou entregue aos cuidados da 'titá'. Ia radiante, na sexta-feira à noite, até ver a porta do carro fechar e os papás ficarem do lado de fora... Enfim... Segundo a tia, parece que as coisas nem correram mal... Acordou algumas vezes durante a noite a chamar pela mamã, mas tirando isso parece que também soube aproveitar o fim-de-semana diferente!

Sábado ao fim da manhã fizemo-nos então à estrada para, já perto da hora do almoço, parar em Evoramonte - terra que faz parte do meu imaginário desde os tempos dos livros da colecção 'Uma Aventura'. Conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques e Geraldo Geraldes, aí se assinou em 1834 a Convenção de Evoramonte, que pôs termo à guerra civil entre absolutistas (partidários de D. Miguel) e liberais (partidários de D. Pedro).

Já reconfortados com umas bochechas de porco e um bacalhau gratinado com gambas (chlep), lá seguimos, devagar e saboreando a paisagem, até Sousel, vila fundada pelo Condestável(*) Nuno Álvares Pereira, que a doa passados alguns anos à Casa de Bragança.
A poucos kms da vila, no cimo da colina de S. Miguel, aguardava-nos a pousada, a primeira unidade hoteleira de turismo cinegético (caça) do país.

O tema subjacente à decoração da pousada é, portanto, a caça! Desde o enorme javali que nos saúda na recepção, aos tons quentes das paredes e estofos de sofás e cadeirões. E se nos aproximamos da janela... verde! Colinas e colinas dos mais variados verdes, até onde a vista alcança. E à noite, um céu escuro e estrelado, mas tão estrelado que impressiona e nos faz sentir como se mergulhássemos nele!
Não caçámos, mas descansámos! E soube tão bem!!!

Obrigada papás!



* 'Condestável de Portugal' ou 'Condestável do Reino' foi um cargo criado pelo rei Fernando I de Portugal em 1382, para assumir as funções militares do anterior cargo de 'Alferes-Mor do Reino'. O 'Condestável' era a segunda personagem da hierarquia militar nacional, depois do Rei de Portugal e tinha como responsabilidades comandar uma campanha militar na ausência do rei e manter a disciplina do exército.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Frango com Bacon e Molho de Soja


Foi uma das mamãs do Forum PinkBlue que deixou o link para esta receita de frango, que entretanto já foi repetida várias vezes cá em casa (obrigada Jukas!)

A receita original é do Forum Bimby e podem consultar aqui.

Aqui fica tal como a fiz hoje para o jantar:

Ingredientes
4 coxas de frango
1 linguiça (não tinha bacon em casa)
1 cebola
2 dentes de alho
35 gr de azeite
1 colher de sobremesa de molho de soja
75 gr de polpa de tomate
150 gr de água
sal q.b.

Preparação
Colocar no copo a cebola e os alhos e picar 5 seg. / vel. 5
Adicionar o azeite e programar 8 min. /temp.Varoma / vel. 1
Colocar a borboleta e colocar o frango; a linguiça às rodelas; o molho de soja; a polpa de tomate; a água e as especiarias que se desejar.
Programar 25 a 30 Min. / temp. varoma / vel. colher inversa.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Delícia de Queijo e Pêssego


No sábado passado tivemos convidados para o jantar. A L. veio brincar com a 'pipoca' e trouxe os papás com ela. A 'titá' também se juntou à festa, cujo ponto alto foi o jogo Portugal-Hungria (3-0) com as minorcas a fazer claque: enquanto a 'pipoca' gritava «Putugal, putugal» - sem fazer a mínima ideia do que estava a dizer - a L. fazia a 'dança da chuva', que neste caso específico resultou em golos!!!

Para a sobremesa, esta Delícia de Queijo e Pêssego, que me conquistou pelo aspecto logo da primeira vez que a vi aqui. As expectativas eram tão altas, que - como não podia deixar de ser - ficaram um bocadinho frustradas... (este feitio de nativo de Gémeos e a mania da perfeição...)

Aqui fica a receita, tal como está no site que já indiquei:

Ingredientes
palitos la reine (o suficiente para forrar a base de um pirex)
1 lata de leite condensado
4 colheres de sopa de whisky
500 grs de queijo fresco em creme 0% de gordura
2 pacotes de natas
7 folhas de gelatina
1 pacote de gelatina de pêssego
1 lata de pêssego mais a calda

Preparação
Forrar o fundo de uma tarteira de vidro rectangular com os palitos e reservar.
Demolhar as folhas de gelatina em água fria para hidratar.
Bater o queijo com o leite condensado, junte o whisky.
Bater as natas em chantilly e juntar ao preparado de queijo.
Derreter as folhas de gelatina e envolver no preparado.
Deitar a mistura por cima dos palitos e levar ao frigorífico a solidificar por umas horas.
Cortar os pêssegos às fatias finas e dispor sobre o preparado já solidificado.
Levar ao lume 2,5 dl da calda de pêssego a ferver, juntar a gelatina de pêssego, mexer para dissolver, retirar do lume e deitar mais 2 dl da calda (se não houver calda suficiente acrescente com água).
Deixar arrefecer e verter por cima do pêssego. Levar ao frigorífico para solidificar a gelatina.

Algumas notas:
1 - como o doce ia ser comido também por crianças, não usei o whisky
2 - como não sei bem o que é queijo fresco em creme 0% de gordura, usei queijinhos frescos magros
3 - para a próxima, em vez de usar a calda do pêssego para fazer a gelatina, uso para molhar os palitos (ficaram muito rijos)

Fica uma sobremesa LINDA, que impressiona toda a gente assim que chega à mesa! É um doce fresquinho, com aquele sabor típico dos bolos com queijo. O maior defeito que lhe achei foi o facto dos palitos ficarem muito rijos.

E VIVA PUTUGAL!!!