Ao fim de semana, assim que acorda da sesta, a primeira coisa que a ‘pipoca’ pede (sejam já horas do lanche ou não) é o ‘duto’ (iogurte)!
Seja simples ou com fruta ralada; natural ou de aroma, a tigela é rapada minuciosamente, sempre com um olhar guloso e atento, não vá escapar algum bocadinho…
De acordo com a informação disponibilizada no site de uma conhecida marca de iogurtes, «(o) Iogurte é um produto lácteo fresco, obtido pela fermentação do leite exclusivamente pelas bactérias Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus...» É, portanto, o tipo de bactérias utilizadas para a fermentação que define o que é ou não é iogurte.
Relativamente às propriedades nutricionais do iogurte, no mesmo site pode ainda ler-se: «Os iogurtes (…) possuem vários benefícios. (…) são uma excelente fonte de proteínas de alto valor biológico, várias vitaminas e minerais, especialmente o cálcio.A presença de bactérias vivas e activas (…) torna o iogurte num alimento probiótico. Os principais efeitos benéficos destas bactérias prendem-se com a promoção do equilíbrio da flora intestinal (favorece as bactérias benéficas e inibe as patogénicas). Para além disso, estas bactérias facilitam a digestão de alguns nutrientes, nomeadamente as proteínas e o cálcio e tornam o iogurte um alimento geralmente bem tolerado (inclusivamente) por pessoas intolerantes à lactose*.»
É fácil compreender então a importância que é dada ao iogurte na alimentação infantil (e não só), estando inclusivamente indicados na prevenção e tratamento de diarreias.
Algumas questões importantes relacionadas com o iogurte foram respondidas pela Drª Solange Burri (microbióloga) no seu blogue BabySol (o texto apresentado à continuação foi adaptado):
- “Por vezes os iogurtes apresentam um líquido próprio. Qual é a opção certa? Aproveita-se ou é melhor deitar fora?”
- “Este líquido é soro de leite e contém vitaminas e sais minerais provenientes do leite, que devem ser aproveitados sempre! Deve pois misturar no iogurte.”
- “Posso com toda a segurança dar um iogurte aos meus filhos que tenha passado 3, 4 dias do prazo?”
- “Se o iogurte foi armazenado em perfeitas condições de frio, então aparentemente não há problemas. O iogurte é um alimento lacteo mas ácido, e portanto não tão interessante para a proliferação bacteriana. É mais interessante para os fungos, e estes evidenciam-se claramente a olho nú. Contudo, a flora bacteriana fermentativa deteriora-se ao longo do tempo e deste modo o efeito probiótico que se pretende atingir não é tão conseguido.”
Relativamente à questão do prazo de validade dos iogurtes, foi ainda referido num post do forum PinkBlue o resultado de um estudo realizado à flora do iogurte em que se concluiu, para todas as marcas testadas, que após a data de validade impressa na tampa, a flora bacteriana ‘boa’ era de 0 colónias.
Conclusão: poderão consumir-se os iogurtes passado 1 ou 2 dias do prazo, sim, se não houver evidências da sua alteração, nomeadamente fungos à superfície ou tampa ‘inchada’... Mas não para dar aos mais pequeninos, que devem ingerir os alimentos no máximo das suas potencialidades nutricionais. A eles, evitar inclusivamente dar iogurtes com prazo de validade já muito proximo (1 ou 2 dias), uma vez que a a flora bacteriana tende a diminuir drasticamente devido à produção de ácido láctico.
* Em que consiste a intolerância à lactose?
A dificuldade que algumas pessoas têm em digerir o leite, deve-se ao facto de não possuírem uma enzima intestinal – a lactase - necessária para a metabolização da lactose (o açúcar do leite). As bactérias presentes no iogurte conseguem decompor parcialmente este açúcar, reduzindo cerca de 25% do teor de lactose relativamente ao leite que lhe deu origem. Estas bactérias têm ainda um efeito estimulador da enzima lactase permitindo a pessoas intolerantes consumirem um produto lácteo com menos problemas.
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